O futebol brasileiro já foi símbolo de talento natural, alegria, improviso e ginga. Mas hoje, parece estar em coma. A pergunta que muitos fazem, mas poucos têm coragem de responder, é: quem está matando o futebol brasileiro? E mais grave: por que a nova geração está cada vez pior?
1. Falta de rua, sobra de celular
Antes, a base do futebol brasileiro era a rua. Era na calçada, no campinho de terra, no golzinho entre chinelos, que surgiam craques. Hoje, a maioria das crianças está mais preocupada com TikTok do que com bola no pé. A criatividade, que vinha da liberdade de brincar, está sendo sufocada pela tela.
2. Treinos mecânicos, pouca liberdade
Muitas escolinhas e categorias de base se tornaram fábricas de robozinhos. Jogadores são treinados para tocar de lado, evitar o erro, seguir a cartilha. Mas onde está o drible? Onde está o improviso? O medo de errar está matando a ousadia. E o futebol brasileiro sempre viveu da ousadia.
3. Pais e empresários apressados
Garotos de 12, 13 anos já têm “carreira” e “agente”. Alguns pais tratam os filhos como um projeto milionário. Pressionam, cobram, e esquecem que, antes de jogador, a criança precisa ser criança. Isso cria jogadores ansiosos, sem personalidade, sem amor ao jogo.
4. Clubes imediatistas
Os clubes não têm paciência para formar. Querem resultados rápidos. Vendem promessas antes de virarem realidade. Muitos talentos se perdem no caminho, sem suporte emocional, sem estrutura, sem direção.
5. Falta de ídolos locais
A nova geração cresce idolatrando Haaland, Mbappé e Cristiano Ronaldo. Nada contra. Mas e os ídolos brasileiros? Cadê o garoto que sonha em ser como o camisa 10 do seu time? Falta conexão com o futebol daqui, com as nossas raízes.
6. Cultura do “não pode”
Hoje, tudo é motivo para repreensão: “não pode driblar muito”, “não pode brincar”, “não pode arriscar”. Mas o futebol brasileiro nasceu do “pode tudo”. Do improviso, do inesperado, do gênio que quebra o padrão.
Então, a culpa é de quem?
É de todos nós: pais, treinadores, dirigentes, mídia, torcida. A nova geração está pior porque está crescendo num ambiente que não favorece o talento, não valoriza o processo, e esqueceu o que fez o Brasil ser o país do futebol.
Ainda há tempo de resgatar o que temos de melhor. Mas pra isso, precisamos deixar a bola rolar com mais liberdade e menos pressão. Precisamos devolver a rua, a alegria e o sonho para os nossos meninos.
Ou vamos continuar vendo nosso futebol morrer... aos poucos, diante dos nossos olhos.
@opiniaodoapito
Jefferson Rodrigues.
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