A cada eleição, milhões de brasileiros depositam sua esperança nas urnas, acreditando nas promessas de mudança, melhorias e justiça social. No entanto, o que se vê, na maioria das vezes, é um roteiro repetitivo: o candidato aparece sorridente durante a campanha, percorre ruas, aperta mãos, promete soluções rápidas e milagrosas. Mas, depois da vitória, esse mesmo político desaparece atrás de portas fechadas, cercado por interesses que pouco têm a ver com o bem-estar do povo que o elegeu.
A pergunta que ecoa é simples: quando um político eleito vai lembrar de seus eleitores? Não lembrar apenas em discursos prontos ou em posts nas redes sociais, mas em ações concretas, que realmente beneficiem o cidadão comum? A verdade é dura: muitos se recordam apenas na véspera da próxima eleição.
Enquanto isso, o povo continua enfrentando filas intermináveis na saúde, transporte público precário, escolas sem estrutura, violência crescente e um custo de vida sufocante. São os mesmos eleitores que, com sacrifício, levantam cedo, pagam impostos altíssimos e sustentam um sistema que deveria trabalhar a seu favor, mas que, muitas vezes, só devolve descaso.
É hora de cobrar coerência. O mandato político não é um cheque em branco. O voto não é um favor: é um contrato social. Prometer e não cumprir deveria ser tratado como traição à confiança popular. Só quando o eleitor entender seu poder de cobrança e deixar de ser apenas espectador passivo, talvez os políticos passem a lembrar que foram eleitos para servir – e não para se servir.